HISTÓRIA DA RAÇA SHORTHORN
Leopoldo Costa
A raça Shorthorn surgiu no final do século XVIII na região de Somerset e Cloucester na Inglaterra, através do cruzamento do antigo gado Holderness com o gado Teeswater .
James Sinclair, no seu livro "History of Shorthorn Cattle', publicado em 1907, reporta que na época da invasão Romana no século I a.C já foi encontrado na Inglaterra bovinos de chifre curto, que teria sido trazido do norte da Europa pelos Dinamarqueses
Segundo a Dra. Juliet Clutton-Brock, do departamento de Zoologia do Museu Britânico os primeiros exemplares foram importados da Holanda no final do século XVII sendo denominado Holderness inicialmente e depois Teeswater. Desenvolveu-se na região compreendida pelos condados de Northumberland, Durham, York e Lincoln, no noroeste da Inglaterra.
Apresenta as cores vermelha, rosada ou branca e pelagem longa e abundante. Existe tambem os animais desprovidos de chifre chamados de Poll Shorthorn.
Robert Bakewell (1725-1795) em meados do século XVIII foi um dos pioneiros do aprimoramento da raça. Foi a partir dele que passou a serem efetuados registros confiáveis. Depois de 1780 importantes famílias de criadores adotaram a raça e passaram a desenvolvê-la em suas fazendas.
Charles Colling e seus filhos Charles (1750-1836) e Robert (1749-1820) visitaram a fazenda de Bakewell em 1783 para conhecer os métodos de manejo que ele usava. A família ficou impressionada com os animais, adquiriu alguns e foi responsável pela disseminação da raça que chegou a ser mais importante do que a Longhorn. O mais famoso animal do seu plantel foi o touro ‘Favourite’, filho de ‘Durham' ou ‘Wonderful Ox’ com uma vaca comum. Com 5 anos, em fevereiro de 1801, ele foi vendido para Burmer de Harmby, no Yorkshire, por 140 libras esterlinas e pesava 1.370 kg. Logo depois, em maio de 1801, foi vendido para John Day por 250 libras esterlinas. John Day teve uma oferta no mesmo dia para vendê-lo por 525 libras esterlinas que rejeitou, no mês de junho teve uma nova oferta de 1.000 libras esterlinas e finalmente 2.000 libras em julho que também foram rejeitadas. Day continuou apresentando o seu premiado animal em feiras e vendendo descendentes até que em 1807 ter que abatê-lo por ter deslocado o quadril.
Em 1804, na fazenda dos Collings nascia o touro ‘Comet’ que também ficou famoso, sendo vendido em um leilão público ao preço de 5 mil dólares.
Thomas Booth na sua propriedade em Killerby, no condado de York, começou a se interessar pela raça em 1790, iniciando a criação de animais puros. Seu filho seguiu a sua empreitada.
Thomas Bates em 1800, então com apenas 25 anos, ficou conhecendo o trabalho da família Colling e interessado passou a desenvolver a criação de animais da raça. Em 1804 ele adquiriu a vaca ‘Duchess’, filha de um touro de primeira linhagem dos Collings, pois, procurava desenvolver a aptidão leiteira do seu rebanho. Teve muito sucesso, sendo que em 1831 já contava com 32 filhas da ‘Duchess’ em seu plantel.
O primeiro criador da Escócia foi Amos Cruickshank.
Em 1822 foi criado o primeiro ‘herdbook’ da raça, organizado por Coates, sendo que o ‘herdbook’ francês foi criado em 1855.
Na Argentina o primeiro touro chegou na década de 1820 e foi importado por John Miller.
A variedade mocha do Shorthorn apareceu nos Estados Unidos por volta de 1919.
Na variedade leiteira (Dairy Shorthorn), o primeiro registro ficou para ‘Babraham Cardinal’ em 1913. O primeiro registro de Shorthorn Mocho foi para a fêmea ‘Marigold Count-2’ em 1939.
No Brasil.
Em 1906 o criador em Bagé (RS) Martim Silveira, importou o touro Shorthorn ‘Count Barrington’ dando início á seleção no Brasil sendo este o de registro número 1 no livro de registro da raçal. Ocupando uma restrita área de clima temperado, disputando com diversas outras raças européias, o Shorthorn nunca chegou a ter no Brasil, o prestígio que a raça desfruta nos países vizinhos como o Uruguai e a Argentina. Apenas no sul do Rio Grande do Sul tem mais expressão.
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