HISTÓRIA DA RAÇA PITANGUEIRAS


Leopoldo Costa

A raça Pitangueiras foi formada na fazenda Três Barras, na cidade de Pitangueiras, (SP), pertencente ao Grupo Vestey, de capital britânico, que atua em várias partes do mundo.

Os cruzamentos começaram durante o período da Segunda Guerra Mundial e o objetivo era obter um animal para abate com idade entre 18-24 meses, pesando entre 480-550 kg, como também boas vacas leiteiras, com produtividade média entre 2.500-3.500 kg por lactação. 

Foram experimentados cruzamentos de fêmeas das raças Nelore, Guzerá e Gir, com touros puros da raça Red Poll, tendo finalmente sido aprovado o Guzerá, que já contava com uma boa tradição leiteira no país. Os touros Red Poll foram importados da Argentina e da Grã-Bretanha.

A composição genética foi fixada em 5/8 de Red Poll e 3/8 de Guzerá, provando ser um gado muito rústico, precoce o uniforme. Desde o inicio, o rebanho esteve submetido ao controle leiteiro oficial efetuado pela Associação Brasileira dos Criadores, de São Paulo.
A assessoria para a formação da raça foi do zootecnista Alberto Alves Santiago que, há muitas décadas, vem analisando, anotando e divulgando os resultados obtidos com o Pitangueiras. A pelagem dos animais é vermelha, variando de claro ao escuro. Os animais são geneticamente mochos.


Em meados da década de 1960 o rebanho já contava com mais de 3.000 animais e a raça recebeu o nome de  “Pitangueiras", em homenagem ao município onde a fazenda Três Barras está localizada.

Em 1973 foi implantado o Sistema Dinamarquês de Avaliação e em 1980, o sistema de Teste de Progênie utilizado pelo "Milking Market Board", combinado com o sistema "Dayse" de origem britânica.

Na década de 1970 paralelamente as experiências da fazenda Três Barras, o criador Eduardo Alves de Alcântara, de Santo Inácio (PR), também selecionava animais Guzerá cruzados com Red Poll, formando assim a segunda linhagem brasileira do Pitangueiras. Modernamente, as duas linhagens caminham unidas.

Em 1974, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Pitangueiras, com sede em São Paulo.

Em 1976, o gado recebeu o registro genealógico sendo a primeira raça sintética a ser oficialmente reconhecida pelo Ministério da Agricultura.

Os machos atingem 430-450 kg aos 18-24 meses, quando estão prontos para o abate, chegando a 800 kg na idade adulta, embora não haja pressão sobre o aumento de peso adulto, uma vez que o objetivo é produzir novilhos para abate.
Nas provas de ganho do peso na Estação Zootécnica de Sertãozinho, a raça exibiu um ganho diário de 1.114 gramas. O rendimento da carcaça atingem 56% ou mais.

As vacas produzem entre 2.500 e 3.600 kg por período de lactação e foi registrada uma centena de recordes acima de 9.000 kg com 4,11% de gordura. A campeã de produtividade leiteira foi "Farmácia", que obteve 40.189 kg em nove lactações, com máximo de 7.079 kg em 1971. A recordista de produção leiteira da raça é "Operaria de Jundiá', que produziu 9.500 kg num período de lactação.

O Pitangueiras vem sendo testado em cruzamentos leiteiros com vacas Girolanda  (resultando o "Pítalanda"), com o Holandês, com o Jersey e com o Gir. As vacas Pitalanda produzem entre 20 e 30 kg em concursos leiteiros ou uma média de 3.500-4.000 kg por lactação. Outros criadores utilizam o touro Pitangueiras para cruzar com vacas Girolanda, com bons resultados.

Os animais resultantes do cruzamento de Pitangueiras com Nelore proporcionam a economia de um ano na produção de novilhos de corte. Diversas experiências estão em andamento no Mato Grosso, Maranhão, Pará e outros  Estados.

O maior núcleo criador de Pitangueiras encontra-se na região nordestina, onde funciona um condomínio de reprodutores que congrega 35 fazendeiros. É a raça mais exposta à inclemência do clima nordestino com sucesso absoluto. O próprio Grupo Vestey adquiriu em 2005 uma fazenda de 29.000 hectares em Jaborandi no sudoeste da Bahia onde desenvolve a criação de animais da raça, comercializando as novilhas e tourinhos para os criadores da região.

Diversos programas de confinamento estão em andamento, para desenvolver o ‘baby-beef’ do Pitangueiras, com novilhos de 12 meses e pesando 10 arrobas.


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