HISTÓRIA DA RAÇA HOLANDESA

Leopoldo Costa

A raça Holandesa, Fries-Holland Veeslay, Dutch Friesian ou Zwarbont  foi domesticada à cerca de 2000 anos antes de Cristo nas planícies pantanosas da Holanda setentrional e da Frísia oriental (Alemanha). Pode ter surgido do cruzamento natural de animais Bos primigenius com animais Bos brachyceros.

Especula-se que chegou à Holanda vindo da Lombardia margeando o rio Ródano, na época de dominação das tribos Frísias e Batavas. Contudo, considerando alguns desenhos antigos, podem ser de origem grega.
Existem duas variedades da raça: a Holandesa Branca e Preta e a Holandesa Branca e Vermelha. No Brasil é mais comum a primeira.

Há registros de comércio de gado, na região de desenvolvimento da raça, entre os anos de 1200 e 1500 com outros países da Europa.

Numa epidemia em 1370 foram dizimadas centenas de milhares de cabeças.

Quando, no início do século XV, foi iniciada na Holanda a construção dos diques para dominar o mar, foi aumentado o tamanho e a qualidade das pastagens e isso beneficiou a criação de gado.

Em 1624, cerca de 12.000 bovinos da raça Holandesa foram exportados para a Dinamarca, Suécia e região de Schleswig-Holstein na Alemanha.

Repetindo-se o que já tinha acontecido no século XIV, houve mais outras epidemias na região que dizimou quase todo o rebanho da raça Holandesa, sendo necessária a sua recomposição. Na epidemia de 1714 foram liquidadas 300.000 cabeças, noutra em 1744 dois terços do rebanho sucumbiu. Várias epidemias entre os anos de 1768 e 1782 dizimaram 396.000 cabeças. Estas epidemias acabaram com todo o plantel de coloração branca e preta da raça Holandesa. Isto pode ser observado nas pinturas entre os séculos XV e XVIII, onde os artistas holandeses retratam apenas  bovinos nas cores parda ou vermelha. 

Para a recomposição do rebanho cerca de 100.000 cabeças descendentes dos primitivos animais exportados em 1624, foram reintroduzidos na Holanda, principalmente da Alemanha (Schleswig-Holstein) e da Dinamarca.

Assim é correto afirmar que o gado Holandês moderno foi formado a partir da segunda metade do século XVIII com importações da Alemanha e da Dinamarca.

Em 1882 foi criado a livro de registro genealógico único da raça, que substituiu os dois registros anteriores (o de 1873-‘Netherlands Herd Book’ e o de 1879-‘Friesland Herd Book’).

Raça Flamenga.


A raça  Flamenga é uma variante da raça Holandesa sendo originária do norte da França e da região de Flandres na Bélgica, de onde ganhou o nome. Compreende as variedades Bolonhesa, Marolesa, Picardiana e Belga.
A pelagem é vermelha, podendo ir do claro ao escuro, nas fêmeas e quase preta nos machos. Não se adapta bem nas regiões montanhosas.


No Brasil

A raça Holandesa, segundo Paulino Cavalcanti, foi trazida para o Brasil entre os anos de 1530 e 1535 ainda na época das Capitanias Hereditárias. Tratavam-se, conforme informa Eduardo Cotrim, no seu livro 'A Fazenda Moderna' de 1913,  de animais da raça Turina, denominação em Portugal da raça Holstein/Frisia, que no Brasil foi genericamente chamada de raça Holandesa. Outros estudiosos afirmam que foram trazidos centenas de animais da raça durante o domínio holandês em Pernambuco (1630-1654) por Maurício de Nassau (1604-1679).

O livro de registros brasileiro da raça foi criado em 1935 quando foi registrado o touro 'Colombo Santa Maria’ do criador do estado do Rio de Janeiro, Francisco Lampréia e a fêmea 'Campineira' do criador do estado de São Paulo Vicente Giaccaglini.

Na década de 1980 o Brasil já tinha o maior rebanho de Holandês Vermelho-Branco do mundo. 

A mestiçagem da raça Holandesa com animais zebuínos, deu origem a duas raças sintéticas .brasileiras: a Girolanda e a Guzolanda

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