HISTÓRIA DA RAÇA GUERNSEY

Leopoldo Costa
O Guernsey é proveniente da ilha do mesmo nome, situada no Canal da Mancha, próximo à costa francesa e chamado pelos ingleses como English Channel.
A ilha de Guernsey, nas primeiras décadas do século XI, quando foi conquistada por Roberto I (1010-1035), duque da Normandia, era apenas o refúgio de piratas e de ladrões de navios. Ele ordenou então que fosse enviado para a ilha um grupo de monges com dois objetivos: o de ensinar os nativos a religião e tambem o cultivo da terra e a criação de gado. Os monges levaram alguns animais da raça francesa de Norman Brindles da província de Isigny e de Froment du Leon da Bretanha.

Pela seleção cuidadosa de cruzamentos conduzida pelos monges e sem outras miscigenações, estes animais foram se aprimorando e surgiu a raça definitiva.
A pelagem da raça é vermelha e as fêmeas destacam-se entre as vacas de maior produtividade de leite.

O livro genealógico britânico da raça foi criado em 1866. Em 1913 foi realizada uma rigorosa revisão de todos os registros, sendo muitos animais desclassificados por falta de padronização.

Na Argentina os primeiros animais chegaram em 1913, logo depois da reclassificação dos animais registrados no livro oficial britânico e em 1919 foi estabelecido o livro de registro argentino.

No Brasil.

O Guernsey foi introduzido no Brasil em 1889 pelo 2º barão de Nova Friburgo (Bernardo Clemente Pinto Sobrinho) (1835-1914) com animais importados diretamente da ilha e levados para sua fazenda do Gavião em Cantagalo (RJ).

Em 1906 o governo federal realizou a importação de lote que foi enviado para o ‘Posto Zootécnico Central de São Paulo’ numa iniciativa do cientista Hector Paquet. Esses animais deram origem ao plantel hoje pertencente à ‘Escola de Agronomia Luís de Queiroz’ de Piracicaba, agregada à ‘Universidade de São Paulo’.
Em 1908, Carlos de Sá Fortes, de Minas Gerais importou mais um lote de animais.
Em 1909, Louis Misson adquiriu animais para o governo de São Paulo que foram enviados para uma fazenda estadual próxima de Pirituba (SP).
Em 1912, a ‘Fazenda Abaíba’ em Leopoldina (MG) pertencente a Antônio Ribeiro Junqueira, importou o touro ‘Martin’ o ancestral de um rebanho que logo seria o maior do país.
O Registro Genealógico brasileiro da raça foi implantado em 1942.
Em 1945, algumas cabeças de Guernsey foram enviadas pelo Ministério da Agricultura para o ‘Posto de Criação no Ceará’, na região semi-árida, para pesquisas.
Após 1970, diversos lotes foram importados do Canadá e dos Estados Unidos. Os dois maiores lotes foram importados pela ‘Associação Brasileira de Criadores de Gado Guernsey’. Uma em 1970 de 30 novilhas e outra em 1977 de 50 animais.

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