HISTÓRIA DA RAÇA CARACU
Leopoldo Costa
A raça Caracu pode ser considerada como do tronco Aquitânico, pois na sua formação entraram várias raças deste tronco, de origem portuguesa (como a Minhota e a Alentejana) e de origem espanhola. Também recebeu sangue de várias raças de outros troncos como da raça Turina de origem holandesa e sangue de raças africanas. As raças africanas chegaram à Península Ibérica com os invasores Mouros.
Ficou concentrada inicialmente no Nordeste brasileiro de onde se espalhou por outros estados. Com a chegada dos zebuínos a raça só não foi extinta devido ao esforço de alguns abnegados criadores. Hoje o rebanho nacional é de cerca de 90.000 cabeças, concentradas na maior parte no estado de Minas Gerais.
A seleção mais antiga que ainda existe, foi iniciativa em 1893 da família Carvalho Dias de Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais. É conhecido como ‘Caracu Caldeano’.
O registro genealógico começou em 1916 e foi paralisado em 1960.
A partir da década de 1980 foi iniciada uma nova fase de melhoria da raça com a utilização de modernas técnicas genéticas, patrocinadas pela Associação Brasileira de Criadores de Caracu com sede em Palmas, no Paraná (fundada em 1980). Estes trabalhos tiveram a assistência e a parceria do Instituto de Zootecnia de Sertãozinho (SP), da Embrapa-Gado de Corte de Campo Grande (MS) e do Instituto Agronômico do Paraná.
De aptidão mista, é um gado rústico, resistente a doenças e pouco exigente em pastagens. Tem temperamento ativo, mas trata-se de um animal manso, com as vacas produzindo em media 3.000 litros por lactação. Sua pelagem e quase sempre amarela, variando a coloração até o vermelho. As fêmeas pesam em media 600 quilos e os machos 850 quilos.
Existem várias hipóteses sobre a origem do nome Caracu. A primeira é da região do Ceará com este nome.
Aires de Casal em 1817, na sua Corografia escreveu: ‘a serra do Caracu ficava entre os rios Curu e Acaracu’ e ainda ‘o rio Caracu, na vila de Sobral deságua a 11 léguas a leste da enseada de Jericoacoara’. Noutro trecho afirma: ‘Sobral noutro tempo chamava Caracu (...)’.
Outra é que o nome era dado a um peixe cascudo da cor amarela, mesma cor dos animais.
Outra é a expressão tupi-guarani ‘caariacu’ que signfica ‘bicho que vivia escondido no mato’ ou de ‘kara-ku’ que significa ‘tutano’.
A última é que deriva-se de ‘cara curta’ usado no vale do rio Sapucai em Minas Gerais, para identificar uma das características do bovino.
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