HISTÓRIA DA RAÇA SINDI
Leopoldo Costa
Esta raça de zebuinos vermelhos é originária da região de Kohistan, província de Sind no Paquistão, sendo considerada a raça nacional do país. Apresenta grande semelhança com o gado vermelho Sahiwal, que existe na fronteira noroeste da Índia.
Existe alguma divergência quanto a grafia do nome desta raça. Alguns escrevem Red Sindhi, que é mais adotado pelos anglófonos.
É conhecida como Malir no Beluquistão (nome da estação onde é apurada a raça) e também como Karachi, o nome da capital do
Paquistão.
Dois dos primeiros a descrever esta raça foi Wallace em 1888 e Mollison em 1901.
Dois dos primeiros a descrever esta raça foi Wallace em 1888 e Mollison em 1901.
A raça foi introduzida definitivamente no Brasil em 1952, quando o prof. Felisberto de Camargo conseguiu que o governo importasse um lote de 31 cabeças para o ‘Instituto Agronômico do Norte’, com sede em Belterra no Pará, onde ele era diretor. Estes animais vieram num avião cargueiro inglês especialmente fretado para isto. Mais tarde ele cedeu alguns descendentes destes animais para a Escola Superior de Agricultura Luís de Queirós de Piracicaba (SP).
Em certa época, numa entrevista, disse o prof. Feslisberto de Camargo: "O 'Red Sindhi' é um gado de chifres pequenos. Fruto de milhares e milhares de anos. Fruto do trabalho de uma das mais velhas civilizações do mundo. É a raça zebu leiteira mais nobre entre todas as raças bovinas leiteiras que se criaram nas terras áridas da Ásia, através de cinco mil anos. O 'Red Sindhi', ou gado vermelho de Sind, é o gado nacional do Paquistão, conservado em estado de relativa pureza, graças à situação de isolamento criada pelos desertos que rodeiam o centro de criação desse rebanho".
Antes, em 1930 os criadores Francisco Ranísio Lemos e Manuel de Oliveira Prata de Jardinópolis (SP), que trouxeram um lote de zebuínos da Índia para a fazenda em Novo Horizonte (SP) que em 1955 foi identificado como sendo Sindi.
Também em 1930 o criador José Cesário de Castilho importou um lote de animais da raça Sindi para a sua fazenda e foi ele que identificou o gado de Francisco Ranísio Lemos e Manuel de Oliveira Prata, pois estava dando assessoria técnica ao Ministério da Agricultura.
Com os animais doados para a ESALQ de Piracicaba, foram empreendidas várias pesquisas, bem como a difusão da raça no estado de São Paulo. Sertãozinho, Nova Odessa e Ribeirão Preto, foram alguns dos municípios onde se trabalhou o gado Sindi com finalidade leiteira
Durante quase uma década a Fazenda de Gado Nacional, em Nova Odessa (SP), leiloou reprodutores e filhos de touros importados para desenvolver a criação do Sindi.
O padrão nacional da raça foi aprovado em 13 de outubro de 1960, graças ao trabalho do prof. Alberto Alves Santiago, diretor do Instituto Zootécnico da Água Branca de São Paulo.
Em 1963 o rebanho da raça Sindi foi transferido da fazenda de Nova Odessa para a Estação Experimental de Zootecnia de Ribeirão Preto, que continuou o melhoramento do potencial leiteiro da raça. Estas pesquisas foram paralizadas em 1973, sendo o gado transferida para a estação de criação de equinos de Colina (SP) onde ficou praticamente abandonado. Em 1974 foram encerrados os registros da raça que eram feitos pela Associação Brasileira de Criadores de Zebu de Uberaba (MG).
A criação de Sindi no Brasil só não acabou por que em 1980 o criador paulista José Cesário de Castilho, um dos poucos que continuou acreditando na raça, fez uma parceria com a Universidade Federal da Paraíba disponibilizando, animais para serem testados na região do semi-árido nordestino. O sucesso inicial levou a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba também a se interessar pela raça e de ambos os núcleos, o gado Sindi foi enviado para Pernambuco e Alagoas. É no semi-árido que esse gado, em estado puro, mostra sua nobreza e, principalmente, sua funcionalidade.
A Associação Brasileira dos Criadores de Sindi foi fundada em 2003 com sede em João Pessoa (PB).
Devido a sua rusticidade e a resistência ao clima quente é bastante difundido em todo o subcontinente indiano e em outras regiões centrais da Ásia de clima semelhante.
Sob manejo adequado uma fêmea da raça chega a produzir 1.700 kg de leite por ano, depois, de alimentar adequadamente o seu bezerro. A cor predominante é a vermelha, podendo, porém variar do marrom amarelado até o marrom escuro. O macho tem um peso médio de 420 kg e a fêmea de 340 kg.
Na Índia existem também dois estabelecimentos destinados ao desenvolvimento e preservação da raça: um o de Karnal, no estado de Pundjab que se dedica a pesquisa agropecuária e outra e a fazenda experimental de Hosur, no estado de Andra, que trabalha na seleção da raça.
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