BULGÁRIA : AGRICULTURA E ALIMENTAÇÃO
Leopoldo Costa
ECONOMIA E AGRICULTURA
Depois de terminada a Segunda Guerra Mundial a Bulgária ficou sob a influência da União Soviética, tornando-se uma república popular em 1946. O governo comunista encerrou-se em 1990. A Bulgária faz parte da OTAN desde 2004 e aderiu à União Européia em 2007.
O processo de transição para uma economia de mercado começou após a queda do regime comunista em 1990. Este processo iniciou-se na Bulgária em condições particularmente adversas, que desde os anos finais do antigo regime foi marcada por um planejamento econômico rudimentar e um sistemático desinteresse estatal para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária.
De 1990 a 2000 o Produto Interno Bruto teve uma queda de 30%.
A incapacidade de lidar com as reformas econômicas e planos de estabilização, associados com a falta de progresso nas reformas estruturais, foram a causa da grave crise que atingiu o país a partir de 1996.
A situação no final de 1996 e início de 1997, com o colapso de todo o sistema bancário, a desvalorização da moeda, a inflação galopante, a queda no PIB e uma série de manifestações populares, levou à deposição do governo do Partido Socialista, depois de apenas dois anos no poder. Em abril de 1997, foram realizadas novas eleições vencidas por uma coalizão de centro-direita, liderada pela União das Forças Democráticas, dando ao país mais estabilidade econômica e social.
Depois desta data o país passou por um período de recuperação, com o PIB crescendo numa taxa entre 4% e 5% ao ano. Estas condições fizeram com que a União Europeia aceitasse o ingresso da Bulgária em 2007. O governo prometeu reduzir a moeda em circulação, aplicar rígida política financeira e acelerar as privatizações. Porém, enfrenta ainda uma elevada taxa de desemprego e baixos padrões de vida, comparando com os outros países membros da União Europeia.
A Bulgária é um país com grande tradição agrícola, que obteve bons resultados na cultura de produtos motificados geneticamente. É um dos maiores produtores europeus de fumo.
A maioria das terras são de boa qualidade embora a fertilidade de algumas áreas tenha sido prejudicada, nos últimos anos pela erosão causada pelo abandono.
As terras aráveis representam 55% da superfície do país, ou seja cerca de 6,2 milhões de hectares, dos quais 4,2 milhões destinam à agricultura e 1,7 milhões para pastagens permanentes. Atualmente 15% das terras, cerca de 700.000 hectares, não estão sendo cultivadas eficientemente.
O setor agrícola representa 13% do PIB e é um dos mais sensíveis da economia búlgara. Depois da crise financeiro de 1996, a agricultura tem sido o único setor a registrar crescimento significativo, em comparação com outros setores que têm demonstrado uma preocupante estagnação. Depois do ingresso na União Europeia outros setores começaram também a recuperar.
A propriedade da terra é um fator importante no setor agropecuário búlgaro já que até finais da década de 80, as terras agriculturáveis pertenciam ao Estado, não existindo a propriedade privada.
O processo de reforma agrária se iniciou em 1992 e com ele se pretendeu a restituição das terras a seus legítimos proprietários antes da instauração do regime comunista.
A Lei da Agricultura Fundiária foi adotada em fevereiro de 1991 e até hoje foi modificada diversas vezes. As alterações ocasionaram um atraso nos planos de restituição de terras.
Desde a queda do comunismo, em 1991 e após a devolução das terras agrícolas foi necessária a reestruturação de todo o setor agrícola. A primeira medida foi o desmantelamento das ineficientes cooperativas agrícolas pertencentes ao Estado o que provocou uma crise pontual no setor.
O trabalho de restauração ainda não está completo e na maioria dos casos, as terras restauradas não estão sendo exploradas pelos seus proprietários, que se desinteressam e as abandonam.
Também foi realizada a privatização das cooperativas da indústria de alimentos.
Por este motivo, as fazendas na Bulgária estão passando por uma transição. Atualmente o Ministério da Agricultura, Pecuária e Reforma Agrária, registrou 10.341 unidades produtivas sendo 64% destinadas ao cultivo, 16% a criação de gado e 7% a atividade mista.
Cerca de 23% da população trabalha no setor agropecuário.
Desde 1990 está sendo observado a redução do rebanho bovino, quando começou a funcionar as fazendas particulares. A razão principal foi a falta de financiamento ao setor agrícola, especialmente porque os bancos não dispunham de linha de crédito para a agricultura de pequeno porte.
A população bovina era de 1.554.000 cabeças em 1975, cresceu para 1.786.000 cabeças em 1980 e a partir desta data está reduzindo: 1.751.000 cabeças em 1985, 638.000 cabeças em 1995. Em 2000 cresceu 7% para 682.000 cabeças, reduziu 2% em 2005 para 671.000 cabeças e reduziu mais 16% em 2009 para 565.000 cabeças, a última estatística disponível na FAO. Como pode ser notado comparando com 1980 que o rebanho de 2009 reduziu-se em 68%. Houve recentemente um surto de aftosa no país que preocupou as autoridades sanitárias locais e da União Europeia.
Em 80% das fazendas existe somente uma vaca e apenas 5% do total de fazendas particulares tem mais de 30 animais. Também deve ser observado que a exploração era muito primitiva e só a partir de 2007 foi desenvolvido um plano de mecanização agrícola.
ALIMENTAÇÃO E CULINÁRIA
Os padrões de consumo e os aspectos psicológicos do comportamento de compra de produtos alimentares do povo búlgaro são básicos e peculiares.
Duas características são notadas, a preferência por produtos do próprio país e o gosto por comida natural e sem conservantes. Escolhem a carne bovina magra que é preparada assada ou cozida, raramente grelhada.
Os produtos mais consumidos do setor cárnico, são os embutidos e os produtos de menor preço como carne moida e salsichas. Pode-se notar que durante os últimos dois anos, tem havido um aumento das importações de embutidos, principalmente salames.
A porcentagem do salário médio gasto na alimentação é estimado em 64%, sendo o maior item da despesa média anual dos habitantes do país. Por ser uma população de recente urbanização, e que muitos receberam de volta as suas propriedades rurais, podem dispor de alimentos frescos nelas produzidos que consomem no dia e dia e conservam em congeladores. Com a carne acontece algo semelhante, muitos se abastecem com o abate de animais criados nas próprias propriedades.
Tradicionalmente o consumo de carne bovina na Bulgária era alto, porém devido a escassez e o aumento dos preços, foi diminuindo gradativamente a ponto de ser considerado um produto de luxo. Em 1990 o consumo de carne bovina era de cerca de 18 kg per cápita/ano e atualmente está abaixo de 10 kg per cápita/ano. Houve uma migração para o consumo de carne suína, geralmente mais gorda, fazendo com que o povo búlgaro tenha a segunda maior taxa média de colesterol da Europa, causando em consequência sérios problemas cardiovasculares.
Atualmente a participação da carne bovina no consumo interno representa menos de 10% do total geral das carnes consumidas. A redução ocorrida nos últimos dez anos foi em torno de 50%.
Observa-se que os hábitos de consumo começam a mudar: com a falta de oferta de carne bovina aumentou consideravelmente o consumo de carne suina e de aves, embora a preferência da população seja pela carne bovina.
A cozinha búlgara é variada e de origem eslava partilhando características com a cozinha de outros países balcânicos. Com o clima relativamente quente e a geografia diversificada apresenta boas condições de cultivo de uma variedade de legumes, verduras e frutas que enriquece as mesas dos habitantes.
A culinária búlgara é conhecida pelas suas apetitosas saladas que via de regra acompanham toda refeição. Destaca-se também pela qualidade e variedade dos seus laticinios, vinhos e os aguardentes locais como a Rakia e Mastika.
Apresenta uma variedade de sopas quentes e frias com destaque para a Tarator, que é a sopa fria mais popular.
A maioria dos pratos da culinária búlgara são assados, cozidos no vapor ou ensopados. Usam pouco as frituras. Atualmente a carne de porco é a carne mais comum na cozinha búlgara. Alguns pratos da cozinha oriental como a Moussaka, Gyuvetch e Baklava são também populares.
Um dos ingredientes culinários bastante usado é o queijo branco salmourado chamado Sirene, que é componente de saladas e de alguns pasteis típicos.
O peixe e a carne de aves são bem consumidos. A carne bovina é de menor consumo, pois hoje os animais são criados principalmente para a produção de leite. Apenas os bezerros (machos) e as vacas descartadas do rebanho são abatidas para consumo. A Bulgária exporta carne de vitelo para os países vizinhos.
Tradicionalmente, os búlgaros são grandes consumidores de iogurte sendo conhecido internacionalmente pela produção de iogurte de alta qualidade, que inclui o emprego do Lactobacillus bulgaricus no processo de fabricação. Defendem alguns que o iogurte foi inventado na Bulgária.
ECONOMIA E AGRICULTURA
Depois de terminada a Segunda Guerra Mundial a Bulgária ficou sob a influência da União Soviética, tornando-se uma república popular em 1946. O governo comunista encerrou-se em 1990. A Bulgária faz parte da OTAN desde 2004 e aderiu à União Européia em 2007.
O processo de transição para uma economia de mercado começou após a queda do regime comunista em 1990. Este processo iniciou-se na Bulgária em condições particularmente adversas, que desde os anos finais do antigo regime foi marcada por um planejamento econômico rudimentar e um sistemático desinteresse estatal para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária.
De 1990 a 2000 o Produto Interno Bruto teve uma queda de 30%.
A incapacidade de lidar com as reformas econômicas e planos de estabilização, associados com a falta de progresso nas reformas estruturais, foram a causa da grave crise que atingiu o país a partir de 1996.
A situação no final de 1996 e início de 1997, com o colapso de todo o sistema bancário, a desvalorização da moeda, a inflação galopante, a queda no PIB e uma série de manifestações populares, levou à deposição do governo do Partido Socialista, depois de apenas dois anos no poder. Em abril de 1997, foram realizadas novas eleições vencidas por uma coalizão de centro-direita, liderada pela União das Forças Democráticas, dando ao país mais estabilidade econômica e social.
Depois desta data o país passou por um período de recuperação, com o PIB crescendo numa taxa entre 4% e 5% ao ano. Estas condições fizeram com que a União Europeia aceitasse o ingresso da Bulgária em 2007. O governo prometeu reduzir a moeda em circulação, aplicar rígida política financeira e acelerar as privatizações. Porém, enfrenta ainda uma elevada taxa de desemprego e baixos padrões de vida, comparando com os outros países membros da União Europeia.
A Bulgária é um país com grande tradição agrícola, que obteve bons resultados na cultura de produtos motificados geneticamente. É um dos maiores produtores europeus de fumo.
A maioria das terras são de boa qualidade embora a fertilidade de algumas áreas tenha sido prejudicada, nos últimos anos pela erosão causada pelo abandono.
As terras aráveis representam 55% da superfície do país, ou seja cerca de 6,2 milhões de hectares, dos quais 4,2 milhões destinam à agricultura e 1,7 milhões para pastagens permanentes. Atualmente 15% das terras, cerca de 700.000 hectares, não estão sendo cultivadas eficientemente.
O setor agrícola representa 13% do PIB e é um dos mais sensíveis da economia búlgara. Depois da crise financeiro de 1996, a agricultura tem sido o único setor a registrar crescimento significativo, em comparação com outros setores que têm demonstrado uma preocupante estagnação. Depois do ingresso na União Europeia outros setores começaram também a recuperar.
A propriedade da terra é um fator importante no setor agropecuário búlgaro já que até finais da década de 80, as terras agriculturáveis pertenciam ao Estado, não existindo a propriedade privada.
O processo de reforma agrária se iniciou em 1992 e com ele se pretendeu a restituição das terras a seus legítimos proprietários antes da instauração do regime comunista.
A Lei da Agricultura Fundiária foi adotada em fevereiro de 1991 e até hoje foi modificada diversas vezes. As alterações ocasionaram um atraso nos planos de restituição de terras.
Desde a queda do comunismo, em 1991 e após a devolução das terras agrícolas foi necessária a reestruturação de todo o setor agrícola. A primeira medida foi o desmantelamento das ineficientes cooperativas agrícolas pertencentes ao Estado o que provocou uma crise pontual no setor.
O trabalho de restauração ainda não está completo e na maioria dos casos, as terras restauradas não estão sendo exploradas pelos seus proprietários, que se desinteressam e as abandonam.
Também foi realizada a privatização das cooperativas da indústria de alimentos.
Por este motivo, as fazendas na Bulgária estão passando por uma transição. Atualmente o Ministério da Agricultura, Pecuária e Reforma Agrária, registrou 10.341 unidades produtivas sendo 64% destinadas ao cultivo, 16% a criação de gado e 7% a atividade mista.
Cerca de 23% da população trabalha no setor agropecuário.
Desde 1990 está sendo observado a redução do rebanho bovino, quando começou a funcionar as fazendas particulares. A razão principal foi a falta de financiamento ao setor agrícola, especialmente porque os bancos não dispunham de linha de crédito para a agricultura de pequeno porte.
A população bovina era de 1.554.000 cabeças em 1975, cresceu para 1.786.000 cabeças em 1980 e a partir desta data está reduzindo: 1.751.000 cabeças em 1985, 638.000 cabeças em 1995. Em 2000 cresceu 7% para 682.000 cabeças, reduziu 2% em 2005 para 671.000 cabeças e reduziu mais 16% em 2009 para 565.000 cabeças, a última estatística disponível na FAO. Como pode ser notado comparando com 1980 que o rebanho de 2009 reduziu-se em 68%. Houve recentemente um surto de aftosa no país que preocupou as autoridades sanitárias locais e da União Europeia.
Em 80% das fazendas existe somente uma vaca e apenas 5% do total de fazendas particulares tem mais de 30 animais. Também deve ser observado que a exploração era muito primitiva e só a partir de 2007 foi desenvolvido um plano de mecanização agrícola.
ALIMENTAÇÃO E CULINÁRIA
Os padrões de consumo e os aspectos psicológicos do comportamento de compra de produtos alimentares do povo búlgaro são básicos e peculiares.
Duas características são notadas, a preferência por produtos do próprio país e o gosto por comida natural e sem conservantes. Escolhem a carne bovina magra que é preparada assada ou cozida, raramente grelhada.
Os produtos mais consumidos do setor cárnico, são os embutidos e os produtos de menor preço como carne moida e salsichas. Pode-se notar que durante os últimos dois anos, tem havido um aumento das importações de embutidos, principalmente salames.
A porcentagem do salário médio gasto na alimentação é estimado em 64%, sendo o maior item da despesa média anual dos habitantes do país. Por ser uma população de recente urbanização, e que muitos receberam de volta as suas propriedades rurais, podem dispor de alimentos frescos nelas produzidos que consomem no dia e dia e conservam em congeladores. Com a carne acontece algo semelhante, muitos se abastecem com o abate de animais criados nas próprias propriedades.
Tradicionalmente o consumo de carne bovina na Bulgária era alto, porém devido a escassez e o aumento dos preços, foi diminuindo gradativamente a ponto de ser considerado um produto de luxo. Em 1990 o consumo de carne bovina era de cerca de 18 kg per cápita/ano e atualmente está abaixo de 10 kg per cápita/ano. Houve uma migração para o consumo de carne suína, geralmente mais gorda, fazendo com que o povo búlgaro tenha a segunda maior taxa média de colesterol da Europa, causando em consequência sérios problemas cardiovasculares.
Atualmente a participação da carne bovina no consumo interno representa menos de 10% do total geral das carnes consumidas. A redução ocorrida nos últimos dez anos foi em torno de 50%.
Observa-se que os hábitos de consumo começam a mudar: com a falta de oferta de carne bovina aumentou consideravelmente o consumo de carne suina e de aves, embora a preferência da população seja pela carne bovina.
A cozinha búlgara é variada e de origem eslava partilhando características com a cozinha de outros países balcânicos. Com o clima relativamente quente e a geografia diversificada apresenta boas condições de cultivo de uma variedade de legumes, verduras e frutas que enriquece as mesas dos habitantes.
A culinária búlgara é conhecida pelas suas apetitosas saladas que via de regra acompanham toda refeição. Destaca-se também pela qualidade e variedade dos seus laticinios, vinhos e os aguardentes locais como a Rakia e Mastika.
Apresenta uma variedade de sopas quentes e frias com destaque para a Tarator, que é a sopa fria mais popular.
A maioria dos pratos da culinária búlgara são assados, cozidos no vapor ou ensopados. Usam pouco as frituras. Atualmente a carne de porco é a carne mais comum na cozinha búlgara. Alguns pratos da cozinha oriental como a Moussaka, Gyuvetch e Baklava são também populares.
Um dos ingredientes culinários bastante usado é o queijo branco salmourado chamado Sirene, que é componente de saladas e de alguns pasteis típicos.
O peixe e a carne de aves são bem consumidos. A carne bovina é de menor consumo, pois hoje os animais são criados principalmente para a produção de leite. Apenas os bezerros (machos) e as vacas descartadas do rebanho são abatidas para consumo. A Bulgária exporta carne de vitelo para os países vizinhos.
Tradicionalmente, os búlgaros são grandes consumidores de iogurte sendo conhecido internacionalmente pela produção de iogurte de alta qualidade, que inclui o emprego do Lactobacillus bulgaricus no processo de fabricação. Defendem alguns que o iogurte foi inventado na Bulgária.
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